Takashi Morita, comerciante e um dos poucos sobreviventes da bomba atômica que devastou Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial, faleceu nesta segunda-feira (12) em São Paulo. Morita, que completou 100 anos em março deste ano, foi homenageado por estudantes e professores da Escola Técnica Estadual (Etec) de Santo Amaro, instituição que leva seu nome desde 2019.
Vida marcada pela superação
Takashi Morita, conhecido como um “hibakusha” — termo usado para descrever os sobreviventes dos bombardeios atômicos —, tinha apenas 21 anos quando a bomba explodiu a cerca de 1,3 quilômetros de onde ele estava. Na época, ele servia como soldado da polícia militar japonesa. Apesar de ter escapado sem sequelas graves imediatas, Morita enfrentou desafios de saúde ao longo de sua vida, incluindo dois diagnósticos de leucemia.
Em 1956, buscando uma vida melhor, Morita emigrou para o Brasil ao lado de sua esposa e dois filhos. Após uma longa jornada de 42 dias, a família desembarcou no Porto de Santos e se estabeleceu na capital paulista, onde Morita viveu até seus últimos dias. Ele tornou-se uma figura respeitada na comunidade, tanto pela sua história de vida quanto pelo seu compromisso em educar e sensibilizar as pessoas sobre os horrores da guerra e os perigos da radiação.
Homenagens e legado
Em 2019, Takashi Morita foi homenageado pelo estado de São Paulo por sua luta contra a radiação e seu papel como educador. A Etec de Santo Amaro, na Zona Sul da capital, adotou seu nome como forma de perpetuar seu legado. Em março deste ano, no centenário de Morita, a escola realizou uma homenagem especial, destacando sua história e sua contribuição para a memória e a educação.
Despedida
O velório de Takashi Morita ocorrerá às 10h desta terça-feira (13) no Plena Funeral Home, com o sepultamento previsto para as 15h no Cemitério Congonhas. A comunidade escolar e todos que tiveram a honra de conhecer sua história lamentam profundamente a perda e se solidarizam com a família neste momento de luto.
