As ararinhas-azuis, aves ameaçadas de extinção, ganharam um novo espaço dedicado à sua conservação no Zoológico de São Paulo. O habitat, inaugurado esta semana, tem cerca de 200 metros quadrados e recria a Caatinga Baiana, região de origem da espécie. A iniciativa faz parte de um esforço para preservar e reproduzir essas aves, com a meta de reintroduzi-las na natureza.
Ararinha-azul: símbolo da biodiversidade brasileira
A ararinha-azul é uma espécie de pequeno porte, com plumagem azul vibrante, endêmica da caatinga brasileira. Atualmente, há 334 indivíduos sob cuidados humanos, sendo 85 no Brasil. Este ano, o Zoológico de São Paulo recebeu 27 aves da espécie, criando um centro exclusivo para reprodução e conservação.
O novo espaço permitirá que as ararinhas-azuis sejam vistas pelos visitantes e integradas a ações de educação ambiental, atendendo gratuitamente estudantes de escolas públicas. Para Neiva Guedes, presidente do Instituto Arara Azul, a iniciativa é essencial para aumentar a população da espécie e promover sua sobrevivência em bandos.
“Ter um espaço de visitação com a ararinha-azul é um privilégio para o país. O Zoológico não entra só com visitação, mas também com um programa de conservação que visa manter e aumentar a presença dessa espécie na natureza,” destacou Neiva.
Participação especial na inauguração
A cerimônia contou com a presença do cineasta Carlos Saldanha, conhecido pelos filmes Rio e Rio 2, que celebram a cultura brasileira e abordam questões ambientais. Saldanha ressaltou a importância de iniciativas como esta para conscientizar a população sobre a preservação ambiental.
“Nós somos os grandes vilões dessa história, e os animais não têm voz para lidar com isso. Temos a responsabilidade de preservar,” afirmou o cineasta.
Outras araras-azuis no Zoo de São Paulo
Além das ararinhas-azuis, os visitantes podem conhecer outras duas espécies de araras-azuis no Zoológico:
- Arara-azul-de-lear: Endêmica da Caatinga, tem plumagem azul índigo e dieta baseada no licuri. Estima-se que existam 2.200 indivíduos atualmente, graças a programas de conservação e reflorestamento.
- Arara-azul-grande: Maior espécie de araras, encontrada no Pantanal, Amazônia e Cerrado. Alimenta-se de frutos de palmeiras e pode atingir até um metro de comprimento.
O Zoológico de São Paulo é o único da América Latina onde as três espécies de araras-azuis podem ser observadas.
Cooperação técnica para a arara-azul-grande
Durante a inauguração, foi firmado um termo de cooperação técnica entre o Zoológico e o Instituto Arara Azul, visando ações conjuntas de suporte à fauna do Pantanal, afetada por queimadas florestais. O acordo prevê intercâmbio técnico e atividades de conservação específicas para a arara-azul-grande.