Veja as vacinas indicadas para quem teve contato com água de enchente e está em abrigo

4 leitura mínima
Foto: Governo de São Paulo/Divulgação

Pessoas que tiveram contato com a água das enchentes no Rio Grande do Sul e que estão desalojadas ou em abrigos devem receber prioritariamente algumas vacinas para evitar infecções e doenças respiratórias. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em conjunto com outras sociedades médicas, recomenda a vacinação de desalojados, abrigados, voluntários, socorristas, médicos, veterinários e grupos prioritários, como crianças, idosos e gestantes.

Vacinas Recomendadas

Doenças Respiratórias:

  • Covid-19
  • Influenza (gripe)
  • Sarampo, Caxumba e Rubéola (Tríplice Viral)

Doenças Transmitidas por Água Contaminada:

  • Hepatite A
  • Hepatite B
  • Febre Tifoide

Outras Doenças:

  • Tétano: Para prevenir infecções causadas por ferimentos com objetos cortantes.
  • Raiva: Para quem foi mordido por animais ou exposto a riscos de contaminação por animais vetores.

Importância da Vacinação

A exposição contínua a patógenos durante emergências, como enchentes, aumenta o risco de surtos de doenças. Desalojados e abrigados muitas vezes não têm acesso à sua carteira de vacinação, o que dificulta a verificação da imunização prévia. Em casos de falta de comprovação, é necessário iniciar ou completar os esquemas de vacinação conforme a faixa etária e condições de saúde.

Não há riscos em se vacinar novamente

Para aqueles que não têm certeza se já tomaram as vacinas recomendadas, não há risco à saúde em recebê-las novamente. “Na dúvida, é melhor se vacinar do que correr o risco de estar desprotegido, de contrair uma doença que pode ser tão grave quanto o tétano e a raiva. Não há contraindicações em ser revacinado com esses imunizantes,” afirma Mayra Moura, diretora da SBIm e gerente de Farmacovigilância do Butantan.

Reforço e Indicações Específicas

  • Tétano: O reforço da vacina é indicado a cada dez anos. Em casos de ferimentos na pele, especialmente após acidentes com objetos cortantes ou perfurantes, é essencial tomar a vacina.
  • Raiva e Tétano: Não é necessário esperar pelos sintomas para se vacinar, pois a manifestação dos sintomas já indica gravidade.

Quem deve tomar?

Vacinas contra Influenza e Covid-19:

  • Socorristas (profissionais e voluntários)
  • Pessoas que trabalham no atendimento em abrigos (profissionais e voluntários)
  • Abrigados (pessoas resgatadas e locadas em abrigos)
  • Desalojados (pessoas resgatadas e locadas fora de abrigos, como na casa de parentes)
  • Grupos prioritários definidos pelo PNI
  • Indicadas a partir dos seis meses de idade

Vacina contra Hepatite A:

  • Imunodeprimidos e portadores de doenças crônicas
  • Socorristas (profissionais e voluntários)
  • Abrigados
  • Gestantes de 18 a 40 anos
  • Pessoas de 18 a 40 anos
  • Em emergências, a vacina pediátrica pode ser usada para adultos com dose ajustada.

Vacina contra Tétano (para não vacinados nos últimos cinco anos ou sem carteira de vacinação):

  • Socorristas (profissionais e voluntários)
  • População resgatada com ferimentos
  • Gestantes abrigadas (dTpa a partir de 20 semanas)

Vacina contra Raiva:

  • Profilaxia pré-exposição para veterinários e técnicos em veterinária, pessoas que estão atuando diretamente com os animais resgatados.
  • Profilaxia pós-exposição em caso de acidentes e/ou agressões envolvendo animais, possivelmente com uso de soro antirrábico dependendo do caso.

Registro de Vacinação

Embora algumas cidades possuam sistemas digitais para recuperar dados de vacinação, o registro nominal completo começou a ser implantado recentemente. “O registro nominal das vacinas no serviço público começou com a vacinação contra a Covid-19 e está sendo ampliado para outras vacinas,” explica Mayra Moura.

A vacinação é uma medida preventiva crucial para proteger a saúde das pessoas afetadas por enchentes. A adesão às recomendações da SBIm pode prevenir surtos de doenças e garantir a segurança e o bem-estar de desalojados, abrigados e profissionais de resgate. É importante manter a vacinação de rotina em dia, conforme o calendário do PNI, para evitar outras emergências em saúde pública.

Compartilhe este artigo
Sair da versão mobile