Policial militar suspeito de matar delator é preso em operação da Corregedoria em SP

Ação também cumpre outros 15 mandados contra policiais ligados a organização criminosa

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A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu, nesta quinta-feira (16), o policial militar acusado de ser o autor dos disparos que mataram Vinícius Lopes Gritzbach, delator assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro de 2024. A prisão faz parte da Operação Prodotes, que busca combater o envolvimento de policiais com uma organização criminosa.

Mandados e investigações

A operação cumpre 15 mandados de prisão e sete de busca e apreensão em locais da capital e Grande São Paulo. Entre os alvos estão policiais militares da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação, suspeitos de vazamento de informações sigilosas que favoreciam uma facção criminosa. A força-tarefa foi instituída pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), que busca identificar outros envolvidos e possíveis mandantes do assassinato.

De acordo com a SSP, o esquema de favorecimento envolvia:

  • Vazamento de informações sigilosas para líderes da facção;
  • Evitar prisões ou prejuízos financeiros para criminosos;
  • Prestação de escolta para atividades ilícitas, incluindo o delator Gritzbach.

Assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach

Gritzbach havia fechado um acordo de delação com o Ministério Público (MP) de São Paulo em março de 2024. O delator denunciou policiais civis envolvidos em esquemas de extorsão e revelou um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao grupo criminoso PCC. O conteúdo completo das delações segue sob sigilo.

Em 31 de outubro, oito dias antes de ser morto, Gritzbach foi ouvido na Corregedoria da Polícia. Ele foi assassinado a tiros no Aeroporto de Guarulhos, onde estava sob escolta de policiais militares ligados à facção criminosa.

Esquema revelado

As investigações começaram em março de 2024, quando a Corregedoria recebeu denúncias sobre vazamentos de informações para criminosos. O inquérito foi instaurado sete meses depois, culminando na operação que revelou um esquema que incluía policiais da ativa e da reserva favorecendo integrantes da facção.

Segundo a SSP, o caso evidencia um uso indevido da estrutura policial para facilitar crimes, ampliando o alcance da facção e prejudicando a segurança pública.

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