Museu da Imigração apresenta exposição inédita do artista angolano Paulo Chavonga

Sofia Mendes
“Todo imigrante tem uma história e uma memória. Quero criar um olhar humano entre o brasileiro e o imigrante africano”, diz o artista angolano. Foto: Governo de São Paulo / Divulgação

São Paulo, 16 de julho de 2023 – O Museu da Imigração (MI) abriu as portas neste mês de julho para receber a exposição inédita intitulada “Onde o Arco-Íris se Esconde”, do renomado artista plástico, poeta e cineasta angolano Paulo Chavonga.

A mostra, composta por 60 pinturas, uma instalação que reproduz uma barraca de venda de tecidos da Praça da República, dois vídeos e 12 poemas, oferece uma perspectiva única sobre a experiência do artista como migrante africano no Brasil. Chavonga, nascido na região de Benguela e residente em São Paulo, retrata em suas obras sua relação com o país e os brasileiros. O projeto também apresenta imagens autobiográficas da família do artista em Angola, criando um diálogo humano entre os brasileiros e os imigrantes africanos.

“A cada imigrante corresponde uma história e uma memória. Quero estabelecer um olhar humano entre os brasileiros e os imigrantes africanos, dando voz aos africanos. A exposição também denuncia a xenofobia e o racismo, fatores que têm levado a uma migração reversa, na qual os imigrantes africanos deixam o Brasil para outros países ou retornam às suas terras natais”, explica Chavonga.

Um dos destaques da exposição é o curta-metragem “Sonhos Exilados”, também dirigido por Chavonga, que aborda as histórias de imigrantes nas ruas da cidade de São Paulo. A obra retrata tanto as expectativas e sonhos compartilhados por essas pessoas quanto as frustrações e desafios enfrentados na capital paulista.

Foto: Governo de São Paulo / Divulgação

Durante o vernissage, os poetas angolanos Ermi Pazo e Mwana N’gola declamarão poemas que fazem parte da exposição, enriquecendo ainda mais a experiência dos visitantes.

Paulo Chavonga, nascido em 1997 na província de Benguela, iniciou sua carreira artística em grupos de estudos comunitários. Desde então, participou de diversas exposições no Brasil, em Portugal e em Moçambique, explorando diferentes técnicas e expressões artísticas. Em 2021, participou da residência artística do Museu da Imigração do Estado de São Paulo, culminando na mostra “Rostos Invisíveis da Imigração no Brasil”. No ano seguinte, teve seu projeto “Áfrikas: olhares descoloniais” selecionado para o 32º Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo.

A exposição temporária “Onde o Arco-Íris se Esconde” estará em cartaz no Museu da Imigração até o dia 30 de outubro. O museu está localizado na Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, no bairro da Mooca, em São Paulo. O horário de funcionamento é de terça a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos, das 10h às 18h. O valor do ingresso é R$ 10, com meia-entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos. A entrada é gratuita aos sábados e para crianças até 7 anos.

Mais informações podem ser obtidas no site www.museudaimigracao.org.br ou pelo telefone (11) 2692-1866.

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